Bomba-Relógio



Trouxe-mo na sua partida
por um oceano de distância medida.
Trouxe-me pra dentro do pano
toda a chama vertida.

Cozeu a linha fútil da inteligência estéril

que não sente e apertou.
Aos pontos me debruçou
sob a crença inútil na utilidade da razão
como atracção para sentir.
E fez-me querer fugir.

Trouxe-mo na ponta da agulha afiada
que nada no meu tronco aberto
em arame farpado de um sismo inepto.

Na bomba relógio
alojou-me o seu tempo derramado
e atrasou-lhe o compasso.
Tornou-o espesso e escasso
e acertou o ponteiro.

Desejei que no derradeiro
fosse o égide detonador,
mas chamar-se-ia simplicidade
nunca complexo do amor.

1 comentários:

A Pris disse...

demasiado triste

sem dúvida uma boa construção
um bom poema

mas

demasiado triste

és talentosa já o sabes.
Artista guiada pela inspiraçao da sua vida.

E não... não é amor