Moldura Humana
Tantos são os gostos que os outros têm
em formas em torsos, em cores em rostos
Em moldes que o seu esboço trás
que se destilam numa pose mordaz.
Enquanto transpiram o ar embevecido
ele absorve o que pode
com o desespero de possuir aquilo que não sabe sentir
numa subtracção de si.
Salteia com adornos a tela castrada
de forma a compensar a figura descompensada
plagiando quem por si passa.
É talvez uma qualquer coisa
que intente não ser desgraça.
Em exposições de migalhas
cobrem-se as falhas com beijos de traça.
Queria ser artista,
obra de arte
ser omnipresente
fascinar em toda a parte...
Queria ser um Deus,
mas nem chega aos calcanhares de uma pessoa!
e em galerias de sanções vai pintando perdões
por se saber existir à toa.
Quem sabe pudesse chegar às saias de um altar,
não fosse, pertencer a uma colecção vulgar
cada vez que quer mostrar
tudo aquilo que não é.
ps: mais uma imagem do "fonógrafo"
que já se vai tornando um hábito :p
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2 comentários:
Gosto muito do teu poema! Esta tua "moldura humana" dá muito que pensar!
;)
Edgar
A mim n dá q pensar. Na verdade, senti-me embalado. Deixei-me ir ao som do excelente...
"Queria ser artista,
obra de arte
ser omnipresente
fascinar em toda a parte"...
E dei por mim a chegar a um sitio novo descubrindo que...
"Queria ser um Deus,
mas nem chega aos calcanhares de uma pessoa!
e em galerias de sanções vai pintando perdões
por se saber existir à toa."
Revi-me. Calei-me.
Vou voltar a tocar a “battery”!
excelente...
J. White
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