O Adeus de um Estranho


(É a) Pena de quem não sabe
nem cedo
nem tarde
dar valor a nada.

No dia da última lufada
libertou-me o ar rarefeito,
quando já desfeito
me escarafunchou o respeito
sufocando o que recebia
e o que transbordava.
Testou a sua mestria
numa exímia jogada.

A queda foi de um perfeccionismo

ao atirar-se do auge do protagonismo
para a vala que escavou,
que a noite carregou às costas
o trono das divas mortas
e o carril que me soltou.

Suicidou-se(me) mesmo ali,
debaixo dos olhos, num acto desesperante
de quem não sabe viver sozinho
nem ser amante de si.

E ignorando que ninguém poderia vencer

disse um Adeus áspero e enrugado
como só um Estranho em novo tamanho o sabe fazer.

Ele.

1 comentários:

A Pris disse...

só tenho uma palavra:

Finalmente