Uma questão de Semântica


Podia-o ler
as feições do sorrir
as esdrúxulas do olhar.
Podia-nos escrever
os verbos do sentir
os pontos de exclamar.
Ao invés sento-me no preâmbulo de braços pendurados
nos ombros de uma balança torta.
Tantas letras inanimadas num corpo algemado.
Cospem-se frases sem significado.
Já gostei de ironias e sarcasmos
de analogias e pleonasmos
mas não sou uma figura de estilo.
Quero ser semântica sem metáforas de palavras
onde eu tu e nós não são uma questão de pronomes
em tempos por conjugar,
o prato do frenesim em pautas de música por inventar.
Até gastar fico com a minha tua nossa emprestada.

3 comentários:

A Pris disse...

"Tantas letras inanimadas num corpo algemado.
Cospem-se frases sem significado"

ou com o significado que as quisermos dar... pq tudo tem significado... mas à vezes decidimos arranca-lo sem aviso prévio.

O texto serve para tanta gente que eu conheço q .... okok

a foto ta simplesmente poética!

brosnea disse...

Quando leio poesia daquela q vem nos livros, daquela q não tenho duvidas q é poesia (pq diz na capa q é poesia..lol) encontro muitas vezes ou pelo menos algumas coisas com a forma desta q tu aqui tens. N sei se são decassilabos ou outra merda dessas, mas parece q é cantada em si mesma, as analogias têm uma lógica ineixedivel e é construída de baixo para cima (ou ao contrário) como uma qualquer casa deve ser construída, ou seja, inicia-se e completa.se em si mesma.

Acho q com esta conversa toda n te consegui transmitir aquilo q senti. Mas gostei muito, num ou 2 versos revi ali algo q eu poderia ter escrito, mas está ali algo muito maior do q isso, naturalmente.
Provavelmente sera o teu 2 melhor escrito (pa mim, claro)
Peace**

César Martins disse...

Temos aqui uma verdadeira veia poética... ;)