Tudo o que fica
Quando tudo parece oco
embalado pela força de um soco
os subterfúgios que atam
como se fossem laços para enfeitar
de qualquer forma não era para ficar
e mexe remexe
e sobe mas também desce
tudo o que fica é sempre do mesmo
o que salpica não explica o marasmo
quando os olhos dançam num espaço surdo
tudo o que fica permanece absurdo
num ardil de palavras
restos de toques fugídios
em corpos pregados ao chão
empurrões infantis
riscados como vinis
que saem da rotação
num esgar vil da doce canção
e tudo o que fica
é uma mescla
de redonda ansiedade com pedaços de aresta
num travo de vontade
em estar de soslaio sobre a fresta
quando tudo se presta
à imaginação de uma verdade
Assinar:
Postar comentários (Atom)
1 comentários:
Oi... e tudo o que fica é a sólida sensação da incessante busca de paz interior. Pareces que encontras um muro para cada lado para que te viras...
Sinceramente gostei, fez-me lembrar o meu próprio estilo desesperantemente inconsequente mas ao mesmo tempo cheio de sentido.
Be safe*
Postar um comentário